segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Caos climático tende a piorar no futuro


A nevasca sem paralelo nos últimos 18 anos que mergulhou o Reino Unido no caos na última semana tem a mesma origem das chuvas que causaram a tragédia em Santa Catarina e da onda de calor que sufoca os australianos. E, embora não seja possível pôr a culpa no aquecimento global, instabilidades desse tipo tendem a ficar mais frequentes no futuro.

Previsto para ser um dos cinco anos mais quentes já registrados, 2009 começou gelado para os europeus e boa parte dos norte-americanos.
"O frio foi excepcional. Temperaturas negativas por vários dias seguidos são incomuns em Paris", disse o músico brasileiro Guilherme Carvalho, que mora há oito anos na capital francesa. "No canal de La Villette, vi uma placa: "Perigo -não ande no gelo", coisa que nunca tinha visto antes."

"Estamos há uma semana sem energia aqui e com temperaturas abaixo de zero. Há muita gente desabrigada", escreveu de Louisville (Kentucky, EUA) o linguista Daniel Everett. O Estado registrou 27 mortes pela nevasca e foi decretado área de calamidade pública pelo presidente Barack Obama.

O frio levou comentaristas da direita americana ao inevitável questionamento do aquecimento global. Afinal, se o mundo está esquentando, por que o inverno setentrional de 2009 chegou dessa forma?

Nada com o que se espantar, dizem os meteorologistas. Na média, 2009 ainda deve ser quente. "O ano ainda não acabou", diz José Marengo, do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Segundo Pedro Leite da Silva Dias, diretor do Laboratório Nacional de Computação Científica, os extremos do final de 2008 e do começo deste ano podem ser explicados por duas causas imediatas.

A primeira é o fenômeno La Niña, nome dado ao resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico. Como sua cara-metade, o El Niño, (o aquecimento anormal do Pacífico), o La Niña é sazonal e, quando se instala, é uma das forças dominantes nas condições climáticas do planeta. Há um La Niña instalado desde 2008, e ele não deve sumir antes de abril.

Mundo árabe espera poucas mudanças após eleições israelenses

As próximas eleições de Israel apresentarão poucas mudanças na relação do Estado com seus vizinhos, segundo vários analistas árabes que temem, no entanto, que uma vitória da direita signifique uma mudança para pior.

Para os analistas, todos os líderes israelenses --tanto os do Partido Trabalhista como os do centrista Kadima ou do conservador Likud-- representam os mesmos interesses. Os analistas afirmam que os candidatos possuem táticas diferentes, mas coincidem em sua recusa de fazer qualquer concessão para conseguir uma paz duradoura com os palestinos.

O professor de Direito Internacional e Constitucional da Universidade do Cairo, Hosam Issa, disse que as eleições israelenses não servirão "para nada" em relação à linha dura adotada por Israel para alcançar a paz com os palestinos.

"Desde que os territórios árabes foram ocupados há 42 anos nenhuma concessão foi feita no processo de paz. As negociações parecem uma comédia de humor negro dirigida pelos Estados Unidos e Israel", afirmou.

Issa se referia às conversas infrutíferas mantidas entre palestinos e israelenses desde a assinatura dos Acordos de Oslo em 1993, que despertaram esperanças entre os árabes sobre a resolução do conflito.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u501052.shtml