sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Idealizador do Fórum defende papel secundário para ONGs


PORTO ALEGRE - O sociólogo Emir Sader, professor aposentado da USP e um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, expôs uma divisão entre os movimentos sociais e as organizações não-governamentais (ONGs). Ele conversou com jornalistas após participar de uma das mesas de discussões na manhã desta terça-feira, 26, em Porto Alegre.
Sader disse apreciar a atitude de solidariedade das ONGs, mas criticou a limitação delas ao intercâmbio: "Então acabou o evento e vamos todos pra casa, enriquecidos ou não. Mas a realidade está pedindo outras propostas. Nós podemos estabelecer propostas consensuais, como a regulamentação do capital financeiro, a água como bem público. A vida das ONGs não está ruim, tem financiamento. Mas quantas pessoas as ONGs levam na marcha?", questiona.
Para ele, essa postura das ONGs acaba limitando a ação do Fórum. "Agora o Fórum tem de mostrar alternativas", afirma. "A denúncia vale, mas é para mostrar um diagnóstico. A denúncia da crise não foi acompanhada no FSM de Belém por alternativas, quem esteve lá não saiu armado. não quero que tenha uma, quero que tenham várias alternativas. Inclusive há uma coisa catastrofista: o neoliberalismo acabou. Não é verdade. A crise é oportunidade, mas oportunidade pra eles também. Estamos dando tempo e espaço pra eles se recomporem. Então eu acho que pra ser coerente com esse diagnóstico, que se revelou correto, o Fórum não deve ser apenas diagnóstico e intercâmbio. O fórum tem que ter alternativa. Qual é o Estado que queremos?"
Governo Lula

"Eu preferia que Lula não fosse a Davos", diz Sader. Mas ele vem ao Fórum como o primeiro presidente que está levando a cabo uma política externa independente, um presidente que pela primeira vez reduziu a desigualdade no Brasil. O FHC esteve oito anos lá, com toda a imprensa a favor dele, o queridinho da mídia... Quebrou o País três vezes e tinha uma política externa subalterna aos EUA. O governo Lula em tudo é melhor. Por isso que a oposição não gosta da comparação. Não gostam do filme Lula, façam um filme do FHC..."
Ele classificou ainda como "simplistas" algumas afirmações sobre a preservação do meio ambiente. "Isto deveria estar no centro do Fórum: um modelo de desenvolvimento com sustentabilidade ecológica e social. O governo Lula não é nenhuma maravilha, mas diminui a desigualdade social. A discussão das políticas sociais deveria estar no centro do debate".

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Número de mortos no terremoto chega a 111 mil, diz governo do Haiti

O número de mortos no terremoto que atingiu o Haiti em 12 de janeiro ultrapassou a barreira dos 100 mil, segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira pelo Ministério do Interior haitiano. Segundo o governo, foram registradas 111.499 mortes.

O relatório anterior informava 75 mortes após o terremoto de magnitude 7 que devastou a capital haitiana e cidades vizinhas.

O general americano Ken Keen, que comanda as Forças americanas enviadas ao Haiti para ajudar no auxílio às vítimas, falou em um número de mortos entre 150 mil e 200 mil, mas disse que era apenas uma "hipótese de trabalho".

A ONU (Organização das Nações Unidas) estima que três milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto.

O novo balanço também indica que 193.891 pessoas ficaram feridas após o terremoto, e que mais de 55 mil famílias foram afetadas, enquanto que 609.621 pessoas foram acomodadas em 500 acampamentos criados para receber desabrigados.

Mais de 11 mil casas foram destruídas e cerca de 32 mil foram danificadas, de acordo com o balanço do ministério.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ONU, Brasil e EUA definem papéis em ações de ajuda ao Haiti


RIO - Com o objetivo de discutir a situação do Haiti e de afinar a coordenação das ações no país, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou hoje de uma teleconferência organizada pelo Canadá com representantes de 10 países, além de integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre os participantes, estavam o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
Na reunião por teleconferência, ficou decidido que a definição de prioridades e a coordenação das operações ficará a cargo da ONU juntamente com o governo haitiano. Ao Brasil, caberá a participação na segurança; enquanto os Estados Unidos cuidarão da ajuda humanitária.
Segundo Celso Amorim, a percepção é de que houve algum progresso na distribuição de mantimentos no Haiti. Uma das maiores preocupações dos ministros que participaram da teleconferência está justamente na distribuição das ajudas internacionais, isso porque os portos permanecem de difícil acesso. Além disso, os comboios que saem da República Dominicana estão ameaçados devido aos saques.
Amanhã o Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião para discutir o número máximo de tropas militares e policiais presentes no Haiti. O Brasil aguarda essa possível mudança para estudar o envio de mais tropas. Uma outra reunião, esta ministerial, será realizada na próxima segunda-feira, em Montreal, no Canadá, para começar a se pensar na reconstrução do país.

Desastre no Haiti


Quase uma semana depois foram divulgadas mais imagens daquilo que a ONU vem considerado o pior desastre, desde a sua criação. O país mais pobre das Américas, vem sofrendo muito mais desde o terremoto que aconteceu na tarde da terça-feira, 12 de Janeiro.


Apesar de ser um fenômeno natural, um terremoto sempre traz sérios problemas para um país, e nesse caso em especifico, a situação é ainda pior, pois o país não tem estrutura nenhuma de preparação para esse tipo de fenômeno, diferentemente, por exemplo, do Japão, que já tem uma arquitetura bem elaborada para essa situação.


Juntando-se ao problema do forte tremor, vem a pobreza do local. Um país, onde boa parte da população vive abaixo da linha da pobreza, e ainda sofre com diversos problemas políticos. Segundo as última informações divulgadas, já são mais de 200 mil mortes, crianças orfãs, o país sem comida e sem água e que vai depender da ajuda de outros países para poder se reconstruir, pois sozinho, dificilmente conseguirá tal proeza, devido aos enormes prejuizos e grande pobreza do local.


Local para doação em Recife: Quartel do Derby, próximo a praça do Derby.


Por: Thiago Henrique