domingo, 22 de março de 2009

Savana aumentará 170% na Amazônia até 2050, diz Inpe



Se até 2100 a temperatura aumentar 5ºC se forem desmatados 60% da floresta amazônica na América do Sul, a savana crescerá 215,6% na região. Neste mesmo cenário, somente 44,2% da floresta destruída conseguirá se regenerar.

Já num cenário um pouco mais otimista, em que a temperatura sobe até 3C e o desmatamento é de 40% até 2050, a savana se amplia em 170% e apenas 66,2% da área desflorestada pode voltar a brotar.

Os cálculos, que acabam de ser finalizados, integram um estudo inédito do grupo liderado pelo climatologista Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).Pela primeira vez, cientistas do Brasil avaliaram os efeitos conjuntos do desmatamento e do aquecimento global para a Amazônia.

A pesquisa, feita usando modelos computacionais, mostra que a combinação desses dois fatores nas próximas décadas pode levar à savanização da Amazônia e à perda "catastrófica" de espécies.

Este último cenário, o "otimista", está longe de ser ficção: uma elevação de 3C na temperatura da Terra até 2100 é a previsão do IPCC, o painel do clima das Nações Unidas. E um modelo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) estima em mais de 40% o desmatamento nas próximas décadas se o desgoverno sobre a Amazônia continuar.

Após o desmatamento, explica Nobre, se não houvesse nenhum impacto, a floresta poderia crescer e ocupar novamente a área desmatada. "Como o clima muda, a floresta não consegue mais voltar onde o clima ficou mais seco", diz.

No primeiro caso, o clima muda em 66% da floresta, a tal ponto que não é mais possível manter o ecossistema original.

"Aquelas áreas que foram perdendo floresta foram ganhando savana", afirma. Só que a savana que surge onde antes era floresta é pobre em espécies.

Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u535929.shtml

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