Os resultados do estudo, que será publicado na edição desta semana da revista Science, sugerem que os migrantes seguiram uma rota direta da África para a Península Arábica, e não viajaram pelo vale do Nilo ou Oriente Médio, como indicavam trabalhos anteriores.
Uma equipe internacional de pesquisadores avaliou um conjunto de ferramentas antigas que incluía machados, perfuradores e raspadores encontrados no sítio arqueológico de Jebel Faya, nos Emirados Árabes Unidos.
"Nossos achados devem estimular uma reavaliação dos meios pelos quais nós, seres humanos modernos, nos tornamos uma espécie global", afirmou Simon Armitage, da Universidade de Londres, que participou do estudo.
Usando datação por luminescência - técnica que determina quando partículas minerais foram expostas à luz solar pela última vez -, os cientistas descobriram que as ferramentas de pedra têm entre 100 mil e 125 mil anos de idade.
Embora a data exata de saída da África do homem moderno tenha sido assunto de muitos debates, evidências anteriores apontam que o êxodo ocorreu ao longo da costa do Mar Mediterrâneo ou Arábico há cerca de 60 mil anos.
Hans-Peter Uerpmann, da Universidade Eberhard Karls em Tübingen, Alemanha, que liderou a pesquisa, explicou que a perícia descartou a possibilidade de as ferramentas terem sido feitas no Oriente Médio.
Segundo ele, esses instrumentos lembram os fabricados por seres humanos primitivos da África Oriental, sinalizando que "nenhuma realização cultural específica demandou que as pessoas deixassem a África".
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